O trabalho delicado e minimalista do tatuador Jon Boy

Carol T. Moré

9 anos atrás

Por aqui, já passaram alguns artistas que veem as tatuagens com olhos minimalistas. SeoEon é pura beleza e simplicidade, assim como os pequenos ornamentos feitos por Axel Jismont. Mas, quem ficou famoso por adotar essa técnica foi Dr. Woo, especialista em tatuar apenas com uma agulha finíssima. No mesmo caminho está East, ambos trabalham no prestigiado estúdio de Mark Mahoney, o Shamrock Social Club em Hollywood (CA).

Assim como todos esses outros profissionais, Jon boy acredita que menos é mais. Ao invés de cores, foca na técnica conhecida como fineline e traça na pele padrões super bem feitos. O tatuador se mudou de Chicago para Nova York há cinco anos, e sua história não é nada comum. Jon boy conheceu o mundo das tatuagens através de seu avô, que foi da marinha e tinha alguns desenhos tradicionais. Mesmo com todas essas referências, ele tomou um caminho totalmente diferente: “Eu fui para o seminário e ia ser pastor”.

O artista diz que nesse meio tempo, começou a se interessar pelo assunto: “Fiz minha primeira tatuagem quando tinha 19 anos. Foi no final dos anos 90 e início dos anos 2000, e tipo, tribal era legal naquela época. Então, quanto mais eu fazia tatuagens, mais eu ficava interessado e pensei, ‘Oh, cara, isso é legal. Eu adoro como isso funciona”.

Passaram-se alguns anos. Ele desistiu de seguir a religião como profissão (mas não deixou de ir na igreja) e atualmente trabalha na West4 Tattoo em Nova York. Entre seus clientes, a maioria são mulheres que buscam algo mais discreto. Jon boy ficou bastante famoso depois de ter criado desenhos minúsculos na pele das modelos Kendall Jenner e Irlanda Baldwin, tornando-o um dos mais procurados artistas. Confira um pouco de suas inspirações e trabalho:

“Eu nunca me considerei um artista. Mesmo agora, eu não acho que eu sou um artista. Sou mais um artesão. Se você quer algo meu em seu corpo para o resto de sua vida, eu só estou aqui para te dar a melhor tatuagem que você pode ter”.

“Para mim, hoje é mais do que uma honra uma pessoa chegar e dizer: ‘Eu quero fazer uma tatuagem com você,’. Eu pensava antes algo do tipo: ‘Sério? Você quer que eu marque o seu corpo para o resto da vida?’ Eu levo isso muito a sério, independente se sua tattoo for pequena ou grande, independente do desenho ou motivo que você possa querer”.

Qual conselho você diria para alguém que quer fazer a sua primeira tatuagem?

“O velho ditado diz que você recebe o que você paga. Por isso, bons tatuadores não são baratos. Não há nada pior do que se tatuar e sentir dor com alguém que não se importa nem um pouco com você, que só pensa em seu dinheiro. Encontre alguém que você tenha pelo menos uma conexão”.

Como você define o seu trabalho?

“Eu faço bastante desenhos atemporais. Meu trabalho é elegante e simples. Eu acho que menos é mais. Às vezes você olha para algumas tatuagens e há tanta coisa acontecendo que você nem consegue dizer o que é. O corpo é tão bonito! E quando você coloca algo nele, isso deve complementá-lo, as curvas e “decorar” o lugar que você está tatuando. Por isso, a tatuagem deve sempre ser proporcional ao seu corpo”.