O conjunto de poemas de Augusto de Campos abandona o verso e a sintaxe tradicional. Seu trabalho é considerado um dos primeiros exemplos consistentes de poesia concreta no Brasil. Conheça;
Em 1955, Augusto de Campos lançou na revista “Noigandres”, idealizada ao lado de seu irmão Haroldo (1929-2003) e do amigo Décio Pignatari (1927-2012), uma coleção de poemas vibrantes chamada “Poetamenos”. Nas páginas dessa publicação, surgia pela primeira vez no Brasil a poesia concreta, que buscava libertar o poema das páginas dos livros, infundindo-lhe cor, som e movimento.
A impressão de cores naquela época era um verdadeiro desafio. Após recortar uma quantidade significativa de papel carbono colorido, Augusto conseguiu imprimir os poemas em uma tipografia.
Augusto de Campos e sua poesia concreta
Poeta, tradutor, ensaísta e crítico de literatura e música, em 1956 participou da organização da 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta (Artes Plásticas e Poesia), no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Sua obra veio a ser incluída, posteriormente, em muitas mostras, bem como em antologias internacionais como suas históricas publicações. A partir de 1980, o poeta intensificou os experimentos com as novas mídias, apresentando seus poemas em luminosos, videotextos, neon, hologramas e laser, animações computadorizadas e eventos multimídia.
Expressão máxima de seu estilo, a poesia de Augusto de Campos faz uso de diferentes procedimentos de criação artística: ele utiliza recursos da poesia, das artes visuais, da publicidade, da música e das tecnologias digitais, sempre unindo palavra, som, imagem e movimento em uma unidade estrutural.
Anos mais tarde, Augusto descobriria na rede social (Instagram principalmente) uma nova tecnologia capaz de ajudá-lo em seus projetos. Principal escritor brasileiro vivo, aos 94 anos, o poeta desenvolve hoje trabalhos na área da poesia digital, utilizando programas de multimídia para explorar a interatividade, que podem ser acessados em seu site e em sua conta no Instagram.
