>
O útil e o agradável.
Gosto de propaganda e gosto de cinema. Então, quando recebi
o convite pra fazer um post aqui no follow, resolvi falar sobre os
dois juntos. Acho muito interessante os "merchans" em filmes.
A grande maioria passa desapercebida ao nosso consciente mas
não ao nosso inconsciente. São totalmente incorporadas ao
personagem ou ao contexto da cena que nem parecem
calculadamente e financeiramente inseridos ali - os frutos
dessa aparição para a marca são compatíveis com o tamanho
do sucesso do filme.
Vou citar dois benefícios do "merchan" cinematográfico:
- Status do produto e alavanca de vendas:
A Apple e a Oakley são campeãs de aparições. Seus produtos
estão até em cenários apocalípticos. Meu caro(a), se Will Smith
o ultimo homem na terra (Eu sou a Lenda) ou Denzel Washington
o salvador da terra (O Livro de Eli), possuem um IPod mesmo com
o mundo em ruínas, como esse produto não é bom?! E quando
Tom cruise, ainda com boa imagem, interpreta um agente super
treinado (MI 2) que praticamente faz uma prova do produto para
as câmeras, com direito a múltiplos closes de um Oakley - Caramba,
que óculos fantástico! Fica perfeito no Tom (e vai ficar em mim. Será?).
Tem também James Marsden o Cyclop de X-men, que usa um óculos,
da mesma marca, com lentes vermelhas para conter os lasers que
saem dos seus olhos, poderosa essa lente não?
- Branding na tela:
Em Encontros e Desencontros, Bill Murray faz um "merchan"
dentro do "merchan": Seu personagem, um ator decadente
vai ao Japão para gravar um comercial de whisky da marca Suntory,
e em uma longa cena repete o slogan várias vezes: "For relaxing
times, make it Suntory times".
Resultado: Você sabia que japonês fazia whisky? Como será um
whisky nipônico? Creio que gera a mesma sensação do refrigerante
brasileiro de Guaraná para os Americanos. Vamos experimentar.
Mas o melhor e maior merchan da história do cinema não é o eterno
Aston Martin com o incansável James Bond correndo pelas ruas
da Europa, e sim a Wilson com o incansável Tom Hanks em Náufrago
- Hanks faz da bola de volêi da marca seu ator coadjuvante, e repete
o nome Wilson em quase toda a metade final do filme. Resultado:
Hanks indicado ao Oscar, simpatia pela marca e branding eterno
para a Wilson. Pois é, a propaganda pode funcionar bem big
na big screen.
Lucas Lima é cinéfilo e diretor de criação da Lao Tse Propaganda
uma das agências + premiadas do interior de SP. Pra saber mais
siga @laotse_prop.