Projeto .TUMBLR traz fotos da rede em silkscreen e congela o reblog
Estava buscando por artistas contemporâneos no novo site da loja e galeria de arte Tappan Collective, de Los Angeles, quando me deparei com Julian Wellisz e seu projeto chamado .TUMBLR. Transformando imagens que apenas existiam no mundo digital, o artista – formando em Printmaking – usa a separação CMYK de cores junto à técnica de silkscreen para criar obras de arte que capturam um momento estático de imagens efêmeras e em constante movimento na blogosfera.
As fotos usadas são sempre tiradas de Tumblrs, normalmente de adolescentes que fotografam a si mesmos. Como resultado, o trabalho expressa uma perda do poder da imagem por causa da sua banalização e superexposição. Um jogo de inversão do que vemos hoje, em que os adolescentes destes blogs, por exemplo, aguardam “curtir” e reblog em suas fotos com tamanha importância.
Isso te lembrou alguém? Um discurso similar já foi ligado à essa estética antes, durante a ascensão da cultura de massa e do consumo. Andy Warhol e Roy Lichtenstein foram um dos primeiros a se apropriarem de objetos cotidianos e banais, transformando-os esteticamente e, consequentemente, fazendo nascer novos e críticos significados.
.TUMBLR é mais um projeto fruto do hoje, em que qualquer instante é fotografável com urgência de se guardar um testemunho de todo e qualquer momento. Um instante insignificante que se torna infinito por ser curtido, compartilhado, retwittado e reblogado eternamente.
São tantas fotos que o olhar já não tem memória para gravar.