Rithika Merchant transforma mitos e rituais compartilhados por diferentes culturas, em obras intrínsecas

Rithika Merchant transforma mitos e rituais compartilhados por diferentes culturas, em obras intrínsecas

Depois de crescer em Bombaim (Índia), Rithika Merchant foi estudar em Nova York e se formou em Belas Artes na Parsons em 2008. A artista visual passou por várias residências na Europa (Portugal, Grécia, Romênia) para finalmente se estabelecer em Barcelona, ​​​​onde mora há mais de 10 anos, mantendo fortes laços com a Índia, onde sua carreira artística floresce.

Desde que se lembra, Rithika sempre quis contar histórias com imagens. Seu trabalho explora mitos, rituais e diferentes ideias compartilhadas por culturas e religiões do mundo, ao mesmo tempo, apresenta criaturas e simbolismos parte de seu vocabulário visual pessoal.

Um mosaico de mitos – por Rithika Merchant

“Sou atraída pelas obras ricas em simbolismo e também com um forte elemento narrativo. Adoro ver o feito à mão por um artista – tenho um grande apreço por pequenos detalhes e obras que se baseiam em uma infinidade de referências – literárias, míticas e visuais.”

Rithika diz que se inspira muito também com as estampas Kalamkari, pinturas mogóis e arte folclórica de Kalighat no geral, assim como com a iconografia religiosa, indiana, mitológica e tapeçarias narrativas – especialmente quando diferentes fragmentos se entrelaçam formando imagens completas. 

As peças acabam iluminando as conexões intrínsecas entre a mente, o corpo e a Terra. “Acho que há algo poderoso em pegar referências que você pode encontrar e juntá-las para criar algo significativo”, diz.

A natureza desempenha papel importante na obra de Rithika, enfatizada pelo uso de formas orgânicas e cores não saturadas. Ela utiliza aquarela e colagem, une aos desenhos botânicos e arte popular do século 17, ao mesmo tempo em que recorre a símbolos e imagens emblemáticas para tentar compreender a diáspora, a memória – e criar um corpo de trabalho visualmente ligado ao nosso passado coletivo. 

O que deixar para trás e o que levar embora?

Rithika Merchant teve grande sucesso na mídia nos últimos anos, após sua colaboração com Chloé: produziu pinturas repletas de símbolos esotéricos e espirituais, além de imagens botânicas, para a coleção verão 2018. Isso lhe rendeu o prêmio de Jovem Empreendedora do Ano da revista Vogue. Em 2021, ganhou o Vogue Hong Kong Women Art Prize e o prémio DDESSINPARIS, que a levou a realizar uma residência artística no Senegal.

Suas exposições já foram apresentadas em Paris, Mumbai, Barcelona, Madrid, Estocolmo, Londres, Goa e Nova York. Ao transformar suas narrativas em um contexto mais contemporâneo, a artista incorpora anatomia humana, objetos celestes e elementos botânicos, trazendo a reflexão do que é preciso deixar para trás e o que é preciso levar em frente.

Acompanhe o trabalho de Rithika Merchant no Instagram e saiba mais em seu site.

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