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Path Festival: 5 iniciativas incríveis que vimos na edição de 2019

Primeiramente, o Path, que aconteceu em junho em São Paulo foi incrível! Milhares de pessoas participaram do principal festival de inovação e criatividade do Brasil. O Path atua com uma gama abrangente de palestrantes, expositores e artistas. E hoje vamos te contar o que vimos de melhor por lá! Temas como feminismo, futuro e comunidade foram os mais abordados ao longo dos dias.

1 – Astrologia e redes sociais: uma parceria de sucesso

Bruna Paludo, Isabella D’Ercole, Susan Souza e Tatiane Lisbon falaram no Path sobre a geração atual, piloto nas multitarefas e que busca cada vez mais se aprofundar em assuntos de inteligência emocional. Tanto para a astrologia, psicologia e outras áreas, a questão central é o autoconhecimento.

A astrologia é uma ferramenta. Entender os mapas astrais de cada um é meramente um auxílio. Como bem disseram: “Vivemos em uma construção, não em um mundo perfeito linear”. Então, não se preocupe com o que diz seu horóscopo ou mapa astral, sua vida é feita inteiramente por você. “Não levem as previsões muito a sério, tudo tem um lado pessoal”.

Conheça as ilustrações místicas da Camille Chew

A dica delas é entender a astrologia enquanto linguagem, um método de organização mental. O que isso quer dizer? Analise seu mapa e analise como gatilhos de reflexões. Vá aos poucos pesquisando conforme surgirem dúvidas. Por exemplo: O que significa ter uma lua em gêmeos?

Peoplestrology: Projeto brasileiro colaborativo investiga a relação da astrologia e o comportamento das pessoas

Ler um pouco diariamente ajuda e ir treinando é o principal. Seja para a astrologia ou se você quer ver o mundo como artista, é prática e tempo.

Existem vários locais para você que quer aprender mais sobre o assunto. Em São Paulo nossa dica é para o Ateliê de Astrologia, com a Ju Coelho na Vila Madalena, que oferece leituras, boas conversas e cursos.

2 – Como ensinamos uma máquina a identificar o assédio sexual

Pâmela Vaiano, representante da 99 Taxi trouxe uma super palestra. Comentou sobre a dificuldade que é ver empresas que falam abertamente sobre assédio sexual de forma informal. Precisamos do fim da importunação sexual, termo correto de acordo com a lei 13.718.

A campanha, que acompanhou o filme “Chega de Fiu Fiu” (disponível no Globosat Play, Phillos Tv, Net Now) em 2012, ampliou muito a discussão extremamente necessária sobre a realidade brasileira.

Quem é feminista? Confira as imagens da fotógrafa que registrou a diversidade do movimento no Brasil.

A única forma de resolver o problema dos casos de importunação sexual é de forma coletiva. Pensando nisso, a 99 Taxi se uniu a Think Eva, (Empresa que busca ajudar agências e empresas na validação de assets de comunicação, a fim de garantir que todas as iniciativas da marca estejam alinhadas com o conceito e os valores do feminismo), e a partir disso, identificaram que as pessoas não se sentiam confortáveis com o assunto.

Então para diminuir as ocorrências, a 99 incentivou o aumento de denúncias. Para isso aumentou seus canais de comunicação, contando com as redes sociais para punir os motoristas responsáveis.

Livro resgata discursos notáveis, conquistas e influências de mulheres notáveis

“Sabemos pela Lei Maria da Penha que (no Brasil) temos um caso (de importunação sexual) a cada segundo, então se não estamos recebendo todas essas denúncias é porque nem tudo está sendo comunicado” – Pâmela Vaiano.

3 – Povo Guarani Mbya: a vida em Tenondé Porã

A intenção da líder indígena Jera Poty Guarani é mostrar a realidade das aldeias que estão sendo criadas na terra indígena Tenondé Porã, na cidade de São Paulo. Jera Poty comentou que antes não tinham mulheres nas reuniões da aldeia: “Como se não tivessem mulheres para contar histórias. E tinham, muitas”.

Ela conta no Path que começou a ser professora e em 2008 criou a ideia de participação efetiva de outras pessoas na tribo, extinguindo a figura do cacique. Comenta que: “muito melhor que um cacique é o coletivo”.

E como é viver em uma aldeia nos dias atuais? A líder contou da importância de se falar de sexo, orientação sexual, televisão, redes sociais e outros dentro da aldeia. Tenondé Porã foi a primeira aldeia a ter um casamento lésbico e uma das maiores dificuldades hoje é mostrar aos jovens a superficialidade das redes sociais que começa a se sobrepor aos ideais da cultura indígena.

Para alguns jovens a ideia da aparência e o uso de filtros para se “embranquecer”, a preocupação extrema com as características físicas e a dependência de interação começam a se sobressair sobre a cultura indígena. Mas foi com muita alegria que Jera Poty falou sobre a alegria e a vida em comunidade na área próxima a Parelheiros, SP.

4 – HeartBeat: o batimento cardíaco e o futuro das experiências humanas

Eco Moliterno reforça o que já sabemos: devemos fazer as coisas com o coração. Cada vez mais as empresas e artistas buscam promover experiências não só para surpreender, mas também para interagir, refletir e transformar. É aí que entra, por exemplo, a cenografia, os espaços instagramáveis e o trabalho de artistas que buscam envolver os espectadores.

Um deles, mostrado por Eco no Path, é o artista japonês Sasaki. Com apresentação na Bienal de Veneza de 2011, Sasaki pintava quadros de acordo com o batimento cardíaco de cada pessoa. Você pode conferir o vídeo pelo Vimeo.

Outro artista que trabalha muito com experiências é o arquiteto brasileiro Guto Requena. Um de seus trabalhos foi feito em parceria com a GTM Cenografia no Sesc da Avenida Paulista: Empatias Mapeadas, que criava a partir dos batimentos cardíacos sons para os participantes.

Atualmente questiona-se muito sobre o futuro dos museus e galerias, como o Google Arts and Culture e como eles podem acompanhar a tecnologia e envolver públicos de diversas gerações, estando mais presentes na cidade (como em lambes) do que apenas em um espaço de exposição.

5 – Debate de gênero também é coisa de homem?

Sim! Sim! Sim! Essa palestra foi uma de nossas preferidas do Path. A empresa Memoh tem como propósito: “promover a equidade de gênero fazendo o homem refletir sobre seu modo de agir consigo, com o outro e com a sociedade“. A palestra contou com a participação de Caio César, Carolina Portella, Pedro de Figueiredo e Theogeneses Costa.

Por quê é coisa de homem? Como disse Pedro: “homem também é gênero” e a intenção da Memoh é proporcionar conversas e discussões entre homens para que aquela imagem estereotipada do que é masculinidade (não chorar, ficar com várias mulheres, etc) deixe de existir e a equidade de gênero seja atingida para as mulheres, transgêneros, andrógenos e todas as categorias (o facebook considera 52 opções de gênero).

Veja esses livros escritos por mulheres que abordam temas como feminismo, racismo e drogas.

A Memoh proporciona rodas de conversa com no máximo 20 homens por evento e tem três personagens principais:

  • Líder da rodada – Sugere o tema e a cada rodada uma pessoa assume esse papel
  • Caseiro – Organizador fixo do grupo que garante que a dinâmica aconteça
  • Anfitrião – Oferece o espaço

 

E por quê apenas homens? De acordo com a empresa “apenas homens entendem por completo o que é ser homem e existem estudos que mostram que homens prestam mais atenção quando outros homens estão falando, da mesma forma que mulheres prestam mais atenção à outras mulheres”. Além disso no site da empresa consta que Responsabilizar a mulher por esse processo de conscientização, enquanto ainda tem que se proteger do machismo estrutural do país, manteria a postura passiva e negligente dos homens.”

Você pode ouvir os podcasts da Memoh no Spotify, Apple Podcasts e Podtail

E o quê mais?

Além das palestras, O Path Festival 2019 reuniu diversas atividades em torno da Casa das Rosas envolvendo a Starbucks e experimentação de café e a Praça Alexandre de Gusmão, que recebeu food trucks, espaço reservado para a Coca-Cola, Amazon e o palco principal do evento.

Confira mais fotos do Festival! E para saber sobre algum participante você pode conferir os nomes pela programação completa, disponível no site.