Sally West cria pinturas expressionistas incríveis de cenários praianos a partir da aplicação de espessas camadas de tinta em suas telas.
A artista nasceu e cresceu em uma fazenda no interior do estado de Nova Gales do Sul, na Austrália. Durante a adolescência ela se mudou para Sydney, mas também já viveu na Europa e no sudeste da Ásia. A permanência em outros países inspirou muito sua obra, mas os temas retratados por ela permaneceram muito próximos de suas raízes.
Sally começou seu bacharelado em Comunicação Visual na Faculdade KVB de Comunicação Visual, em North Sydney, em 1993. E no mesmo ano ela vendeu sua primeira pintura. Atualmente ela se inspira nas vistas litorâneas de Sydney e Bluey’s Beach, na Austrália, onde vive e trabalha.
INSPIRAÇÕES E PROCESSO CRIATIVO
Aos 49 anos de idade, ela conta que a intenção de suas criações é dar uma resposta direta à paisagem que ela está observando, e é isso que a leva a pintar em espaços externos. Ela também afirma que escolhe os temas de suas obras de acordo com o impacto que eles têm sobre ela.
Seu processo criativo envolve encontrar um local que a inspire. A australiana carrega diversos materiais de pintura em seu carro pra estar sempre pronta pra começar um trabalho. Ai quando encontra um bom lugar é só descarregar tudo e começar a pintar.
Sally utiliza tinta a óleo em uma técnica conhecida como impasto, onde a tinta é depositada na tela de forma tão espessa que é possível observar as marcas do objeto que foi utilizado na aplicação, seja pincel, espátula ou qualquer outro material.
A escolha por trabalhar em espaços abertos gera algumas dificuldades: “Levar as pinturas para casa quando elas ainda estão molhadas é a parte mais difícil. Eles são frágeis, carregadas com grandes quantidades de tinta. Qualquer impacto pode destruir a peça instantaneamente”, disse ela ao The DNA Life.
Além disso, pelo fato da tinta a óleo demorar meses para secar, também é desafiador encontrar um espaço pra elas permanecerem em seu ateliê protegidas de qualquer acidente.
Outra adversidade recorrente é a quantidade limitada de horas de sol. Por escolher dar uma resposta imediata à vista, Sally West não altera a obra quando volta ao seu ateliê, o que faz com que ela tenha que atuar com certa agilidade.
E pra gerar esses resultados, a australiana visita regularmente as praia próxima de sua casa, que possui grandes ondas e areia branca. O local também é especial por estar próximo dela e de sua família. Sua mãe cresceu na região e a artista visita o lugar com frequência com suas duas filhas.
O ponto de vista ideal encontrado por ela pra pintar foi o alto de uma rocha com vista pro mar. De lá é possível ter uma ampla visão da praia. Nos últimos verões, Sally tem trabalhado em uma série de obras baseadas nesta vista em particular: “Eu amo pintar a vista, pois ela está em constante transformação”, disse ela à KAB Gallery.
A IDENTIDADE DO TRABALHO DE SALLY WEST
As representações da artista podem parecer abstratas quando observadas de perto, mas ao se afastar da tela é possível identificar os diversos elementos que compõe a cena: As ondas, a areia, os banhistas e os surfistas são compostos apenas por manchas de cor. Em geral, ela combina tons que transmitem a sensação de conforto e familiaridade, segundo a Artplex Gallery.
Também segundo a galeria, o que torna as pinturas da australiana tão especiais é a combinação de textura, abstração e cores calmas. O movimento das pinceladas na tela lembra uma leve brisa ou ondas. Essa sensação é reforçada pelos tons pastéis e delicados pontos de cor em suas telas.
Na Austrália, Sally West é uma figura central da cena artística de Nova Gales do Sul. Ela foi finalista e venceu vários concursos de arte em todo o mundo e vem expondo seu trabalho inúmeras vezes ao longo de sua carreira, desde 1997. Desde sua primeira exposição solo em Nova York em 2011, suas telas se tornaram muito procuradas internacionalmente.
Quando questionada sobre o porquê da escolha pela carreira artística, Sally revela que a Arte nunca foi uma escolha, mas sim uma necessidade, que de tão grande ela não consegue explicar.
E sobre o que espera que os outros vejam ao olharem suas peças, ela conta que raramente pensa no que as pessoas vão interpretar: “É ótimo receber reconhecimento pelo que você faz e vender o suficiente para continuar atuando. Mas a missão que tenho é muito pessoal – melhorar enquanto artista. Acho que, nesse sentido, espero que outros vejam que meu trabalho está evoluindo”, conclui.
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