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Artista Belga Sylvie Franquet eleva nível de bordados ao reconstruir tapeçarias garimpadas

Obras de Sylvie Franquet retratam a representação feminina na arte e refletem a respeito de questões de gênero  

A artista belga Sylvie Franquet faz um trabalho incrível com linhas e agulhas, criando um estilo de arte tão agradável à olho nu, quanto surpreendente. Em um primeiro momento, é difícil acreditar que seus tapetes bordados não são quadros pintados. Essas obras realistas são fruto de muita dedicação.

Franquet gosta de trabalhar com peças de tapeçaria garimpadas e parece ter uma preferência por aquelas que apresentam algum tipo de referência da arte canônica. Neles, ela sobrepõe outras imagens e frases de poetas, pensadores ou mensagens de amigos.

O livro “Zibaldone da Pensiere”, do poeta Giacomo Leopardi é apontado pela artista como uma das principais obras de inspiração para suas criações. Trata-se de uma literatura densa com pensamentos e reflexões filosóficas que Sylvie Franquet diz terem influenciado em sua abordagem como artista.

O trabalhoso processo de desfazer, reparar e recriar em cima dos tapetes pode levar meses, resultando em uma metamorfose conquistada graças ao poder de uma agulha. Por muito tempo, o bordado tem sido visto como uma arte de domínio feminino e Franquet tem um fascínio a respeito dessa herança cultural.

Os bordados que a artista faz são baseados em pinturas feitas por homens, que até há pouco tempo detinham o monopólio a respeito da representação feminina nas artes visuais. Essas imagens foram reforçadas por mulheres e agora estão sendo transformadas pela agulha de Franquet.

Essa história complexa de representação e gênero é um tema central de preocupação da artista e se reflete na mostra reMembering, que aconteceu na October Gallery, em Londres, no ano passado. Ela questiona as atitudes acerca da questão de gênero e do status social e criativo.

As obras de Franquet também carregam um pouco de influência do estilo punk, sendo que as frases que ela borda em cada tapete aparecem de maneira descolada, como se fossem grafites, dando um ar moderno e original às obras, que lembram até um pouco os memes e colagens feitas na internet atualmente.

Nos últimos anos, Sylvie Franquet tem viajado muito ao Irã, onde estuda a arte, cultura e história local. Ela também escreve sobre o Oriente Médio e atua como guia turística na região. Seus trabalhos já apareceram em revistas como British Vogue, Harpers Bazaar e Elle. Confira algumas peças:

AS OBRAS TÊXTEIS DE SYLVIE FRANQUET

Seu trabalho normalmente é feito usando lã, acrílico e lurex em lona de algodão. Sylvie mistura suas próprias cores escabrosas, padrões geométricos e palavras em tapeçarias garimpadas, desfazendo-as, costurando-as novamente e bordando-as por cima.

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Via. Imagens: October Gallery 

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