Junnio Nunes é nascido e criado em Belo horizonte. O mineiro conta que desde criança sempre teve um gosto por tattoos, skate e rock’n’roll. Quando era pequeno ficava se rabiscando com canetinha e achava o máximo sair pelas ruas com aquilo. Também se arriscava nos desenhos, mas não ia muito além, já que trabalhava com coisas aleatórias para fazer um dinheiro enquanto estudava.

Conforme foi crescendo, o gosto pela criação ficou congelado, até fazer sua primeira tatuagem aos 17 anos. Curioso, do tipo que desmontava tudo para ver como funciona, quando entendeu o processo de uma tattoo, ficou louco. Nos dias seguintes, fez uma máquina de motor de rádio, comprou umas revistas sobre o assunto e começou a pensar nisso freneticamente.

“Há 15 anos atrás as coisas eram bem diferentes, tatuagem era underground, não se comprava material tão facilmente e o preconceito era bem maior. Havia bem menos estúdios e dificilmente algum tatuador te dava algum toque. A internet não era nada do que é hoje, tive que aprender na marra.”

Meses depois, comprou sua primeira máquina profissional e sempre que podia, ia nas convenções para ver e aprender mais. Foi com cautela tatuando somente desenhos pretos e chapados, e na medida que ia aprendendo e pegando confiança, explorava mais e mais a ideia.

Junnio conta que começou sua arte na pele dos amigos e indicações de amigos. Durante 4 anos tatuou em sua casa, até que surgiu a oportunidade de trabalhar em um estúdio, de conhecer outros profissionais e consequentemente evoluir.

Hoje Junnio Nunes cria para seus clientes, tatuagens inspiradas no estilo tradicional, com traços fortes (bold lines) e muita tinta preta (black work). Também já desenvolveu outros incríveis desenhos usando cores. Tem o seu próprio estúdio em Belo Horizonte, o Inkonik, junto com mais dois grandes amigos: Leonardo Cançado e Robson Torres.

Conversamos com ele para saber um pouco mais de suas inspirações:

FTC: Como você define a sua arte?

Simples! Gosto das coisa nítidas e claras. Em tudo que já fiz sempre prezei pela nitidez, busco equilíbrio nos detalhes, gosto de olhar um desenho e entender tudo o que acontece ali, e espero que as outras pessoas também entendam. Afinal, vai ser para sempre.

FTC: Com o que você se inspira?

Com a matemática, a natureza e toda a história da tatuagem e da arte.

Qual foi sua primeira tatuagem em um cliente?

Foi tão natural que nem consigo me lembrar! hehehe.

FTC: Está tocando algum projeto especial atualmente?

Estou focado cada vez mais em desenvolver meu próprio estilo. Estou renascendo e buscando a minha arte, desapegando de tudo que já vi. Estou produzindo umas máquinas rotativas e quero viajar mais.