Tim Maia: estreia o filme do maior soulman brasileiro
“Quem não dança segura a criança!” Assim, Sebastião Rodrigues Maia, o Tim Maia, dava o recado para quem ia até o seu show e ficava parado. O filme do maior soulman brasileiro, que está em cartaz nos cinemas do Brasil, não é bem uma cinebiografia, é uma “cinelivrobiografia”. Baseado na obra “Vale Tudo: O som e a fúria de Tim Maia“, do crítico e produtor musical Nelson Motta, em vários momentos fantasia e deixa de lado passagens interessantes da vida do artista. Porém, se todas as peripécias do cantor fossem reproduzidas na tela, seria necessário uma franquia ao melhor estilo Sexta Feira 13.
Para quem não sabe, Tim é dono de um dos repertórios mais legais da MPB. São letras e melodias simples, muito suingue, diversão e também baladas de dor de cotovelo. Todas cantadas por uma voz monstruosa de boa. São sucessos como “Não quero dinheiro, só quero amar”, “Gostava tanto de você”, “Sossego” e “Você”.
O filme retrata a vida de Tim do início ao fim (o cantor faleceu em 1998 após passar mal em um show), o começo difícil como entregador das marmitas feitas pela mãe, os primeiros acordes no violão, a dificuldade para ser tornar cantor e os amigos de início de carreira, incluindo o “Rei” Roberto Carlos e o tremendão Erasmo.
A eterna luta contra o abuso de álcool e drogas é bem explorada. A desilusão amorosa, a prisão nos EUA e a chamada fase Racional, que gerou um comportamento fanático e também dois (3) ótimos discos – musicalmente falando, que foram engavetados pela sua gravadora na época, pois as canções eram inteiramente baseadas na doutrina da seita charlatona “Cultura Racional”, a qual o cantor participou no final dos anos 70. Estes discos, redescobertos por músicos e por seu filho Carmelo Maia, foram lançados no começo dos anos 2000 e alcançaram uma espécie de sucesso Cult dentro e fora do Brasil, alavancados pela música “Que Beleza”.
Tim falava o que vinha cabeça. Sem filtros e muitas vezes sem drogas e álcool. Era o seu jeito, foi um legítimo Rock Star e pagou o preço da autenticidade e impulsividade com inúmeros processos judiciais. Charlie Sheen? Ele o deixaria no chinelo.
Na maioria de suas aparições em público era extremamente carismático e sorridente – fazendo piadas e interagindo com todos. Isso foi a única coisa que fez falta na representação cinematográfica de sua persona, mas está valendo. Aliás, o filme vale pela produção, figurino e atores. Só não vale dançar homem com homem e nem mulher com mulher. O resto vale. (trecho da música “Vale Tudo”)
Assista ao trailer:
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