Cristiano Benicio, mais conhecido como Tito Benicio é um designer têxtil e ilustrador do Rio de Janeiro que tem espalhado seu estilo inconfundível pelo universo artístico. Atualmente, além de produzir sua arte com traços autorais singulares, trabalha como designer de estampas para a Animale Brasil.

Apaixonado por estamparia e formado em desenho industrial, Tito sempre teve uma intimidade espontânea com o desenho, levando mais a sério sua prática nos tempos de faculdade. Foi lá que percebeu sua afinidade com patterns, produzindo até uma monografia sobre o assunto.

Com traços marcantes, Tito combina cores, grafias e peças metalizadas de maneira inspiradora. Seus desenhos dão forma a uma marca autêntica, profunda e contemporânea. Nenhum trabalho é igual a outro, deixando sempre espaço para o novo, criativo e encantador.

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Em uma entrevista exclusiva para o FTC, o artista contou um pouco mais sobre si e sua arte, de maneira sucinta, aberta e sem rodeios. Confira:

Me chamo Cristiano Benicio, mas o apelido (Tito) surgiu na época da faculdade, por algumas amigas acharem muito difícil gritar um nome tão grande (rs)! Acabei me acostumando como “Tito” logo de cara e adotei.

Me formei em desenho industrial pela universidade, e sempre tive bastante jeito com desenho apesar de não praticar com tanta frequência, só praticava mesmo nas aulas, nunca investi tanto quanto invisto hoje em dia.

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Ao terminar a faculdade, já emendei numa pós mais focada no que eu queria, design de estampa. Considero a convivência com as pessoas, tanto da minha pós quanto da faculdade, como o que mais agregou para o meu conhecimento e referencial de estética.

Ao longo do processo da pós é que comecei a desenvolver mais meu próprio estilo de ilustração, sempre buscando referências, na maior parte das vezes de artistas internacionais que eu admirava muito.

FTC: Há quanto tempo crias suas ilustrações?

Tito: Acho que em torno de 5 anos, mas o estilo se desenvolveu bastante nesse tempo, com experimentações e interferências.

FTC: Quais materiais você utiliza? Tem preferência por algum deles?

Tito: Atualmente, alguns amigos têm dito que tenho passado por uma fase muito “dourada” (rs). Mas trabalho muito com grafites de todas as espessuras, lápis branco, nanquim, guache, canetas metalizadas. E para cor, que é uma coisa mais esporádica, uso markers (Tombows e Copics).

Tenho gostado muito de umas canetas tipográficas e brushpens. Dão um mega diferencial no trabalho. Quando se trata de superfície, canson, craft, sketchbook, guardanapo, descanso de prato, vai o que tiver pela frente.

FTC: Qual a influência das cores na sua arte?

Tito: Creio que eu tenha muitas influências, sigo vários artistas incríveis nas mídias sociais que usam tinta de maneira espetacular, acho que seria um próximo passo a investir. Mas o dourado vem de várias referências.

FTC: Está produzindo algum projeto específico atualmente?

Tito: Estou querendo montar um projeto de portraits, com interferências de dourado sempre, seja em vegetações, fundo, pele, cabelos. Já tem me rendido bons resultados, vamos ver o que está por vir.

FTC: Você prefere criar para si mesmo ou contribuir em parcerias?

Tito: Por enquanto só para mim, mas já tive algumas propostas de parceria, e sou totalmente aberto a novas experiências.

FTC: O que é arte para você e como definiria sua arte?

Tito: Arte pra mim é tudo aquilo que transmite a um terceiro um sentimento diferente, uma estranheza, encantamento. Creio que hoje em dia qualquer coisa feita com esforço pode ser considerada arte, desde cozinhar a negociar alguma coisa. Vejo a arte com abrangência, não gosto de fechá-la só ao âmbito criativo.

Acho minha arte muito fluida e romântica, sempre tento de alguma forma estabelecer uma profundidade e expressão no olhar. Acho que um dos pontos fortes do que eu faço são os olhos dos meus trabalhos.

FTC: Com o que você se inspira?

Tito: Pessoas, tempo, plantas e lugares abertos me inspiram muito. Gosto muito de sair de casa e ir para outros lugares para sentar, ouvir uma música e desenhar.

FTC: 5 coisas que não consegue viver sem.

Tito: Meu sketchbook, meus dois estojos, celular (ê vicio! Haha), doce e família.

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