Criado em 1927 por um farmacêutico chamado Jesus Noberto Gomes em São Luís, no Maranhão, um guaraná com a extravagante coloração rosa domina há décadas o mercado de refrigerantes no norte do país. Tanto fez, que atraiu a atenção da Coca-Cola que incorporou a marca ao seu portfólio.
Hoje, o guaraná do Jesus, renovou sua identidade visual, ganhou do marketing todo um apelo retrô e pode ser encontrado inclusive aqui no Sudeste. É, por sinal, uma das estrelas da casa que ostenta no nome uma homenagem a um segmento de bebidas por muitos anos injustamente marginalizado, o Tubaína!
Etubaína Orlando, Gengibirra, Jaboti, Rainha, Cristalina, Arco-Íris, Cotuba, Estrela, Guarani, Grapette e Cajuína são outras das tantas marcas de tubaína que fizeram sucesso no país e que resistiram ao tempo, junto com a Jesus. Parte delas pode ser encontrada no ‘acervo’ desse bar temático, o Tubaína Bar, criado em 2009 pela jornalista peruana Veronica Goyzueta num sobrado localizado na Rua Haddock Lobo, em São Paulo.
O Tubaína não vende nenhum refrigerante de pequenos produtores que seja achado com facilidade na cidade de São Paulo. Sua carta de tubaínas, principal atrativo do bar, é resultado de uma pesquisa e de um garimpo que traz para a cidade marcas que estavam quase esquecidas.
Na ambientação e no cardápio, o Tubaína convida para a simplicidade e para a caseirice. “A tubaína possui uma vantagem sobre outras bebidas, incluso sobre aquelas consideradas sofisticadas, ela não harmoniza apenas com comida, mas com situações, com cenários, com lembranças. Brincadeiras com os primos no quintal da avó, por exemplo, harmonizam com tubaína, seriados de TV antigos, harmonizam com tubaína, fotos preto e branco, também. Músicas que tocam em vinil e fazem aquele barulhinho rouco ao deslizar da agulha, combinam demais com tubaína. Fitas cassete, gibis e filmes com super-heróis também ornam…”
Bom ver que atributos como esses atraem tanto o público mais jovem, que vive lotando o espaço. Destaque para os drinks à base da bebida como o Mojaína, uma espécie de mojito feito à base de tubaína de limão, e o Blue Tubaína, que leva vodka e curaçao, sem falar nos pratos e petiscos com sotaque interiorano, como a pamonha frita, o bolinho de feijoada e o cuscuz mole de Piracicaba.