Milão: dê uma volta por essa cidade de experiências únicas, destino inesquecível

Milão: dê uma volta por essa cidade de experiências únicas, destino inesquecível

Depois de alguns meses fora do Brasil, morando em terras alemãs, a ilustradora Tatiana Vieira fez uma pausa na Itália. Apesar dos grandes desafios diários, no fim ela se diverte imensamente. Tati conta um pouco da sua experiência, das diferenças culturais e comparações do país através de suas ilustrações únicas, além de curiosidades que descobriu ao passar um tempo em Milão. Confira:

itália tati etérea viagens de sussi

Ciao. Começamos do oi. Brusco, repentino. Eu sabia que “oi” em italiano era assim, mas, levei um susto do tipo: “sai daquiiii”, de tão veloz que era. Tipo bronca de mãe. Ao chegar no país, dei de cara com o fog, o smog e aquele friozinho. Já estava na Europa, mas na parte “quente” dela, como alguns amigos brincam. Fog é uma coisa divertida e apavorante. Eu, não habituada, a não ser em filmes de terror e suspense, via nada diante de mim à noite na auto estrada.

Idiomas são como um jogo. Uma palavra pode seguir a mesma lógica em português e italiano, mas discorda no espanhol. Sim, era o óbvio, mas sempre acontece aquela esperança de que todos se entenderão. Sinto que sempre entendemos mais “palavras transparentes”.

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Da lista de palavras divertidas:

bibite = bebida
bicchiere = copo [ talvez por isso a gente fale tanto que vai dar só uma “bicadinha pra molhar a boca” ]
birra = cerveja
burro = manteiga
riso = arroz
aceto = vinagre
rubinetto = torneira [ dá vontade de nomear alguém com essa palavra ]

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sinistro = esquerda
espettare = esperar [ é, esperar dói, rs ]
piano = [ andar ] devagar [ essa as mães aprendem direitinho, sem saber: “fica pianinho aí” ]
mangiare = comer [ manjar pra gente seria saber algo, ter habilidade ]
tedesco = alemão [ um detalhe interessante foi que vi um dicionário de tedesco em sala e pensara que fosse um dialeto, ou algo assim de alguma cidade italiana. Não. ]
prossima fermata = próxima parada [ e eu só conseguia ouvir: próxima fornada, rs ]

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Uma das coisas boas de se ouvir de um falante de vários idiomas, italiano, ao falar em português foi: “vou ali esquecer a água”.

Descobri também que Polca é um tipo música italiana, com certa similaridade às nossas de festa junina, como costumamos chamar.

Estar na Itália é como estar com os irmãos mais velhos dos brasileiros. São muito parecidos conosco em sua presença sonora no espaço e não esperam a vez para embarcar no trem.

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Ainda no feeling brasileiro, comi Millefoglie. Parece uma fusão de nosso conhecido folheado com pavê.

Como era temporada entre as festas de fim de ano, dá outra dimensão ao doce e à saudade do Brasil.

Dos detalhes: se reclamamos do padrão brasileiros de nossas tomadas, prepare-se para a multiplicidade.

Um hábito que tenho é ir aos supermercados à procura de coisas incríveis específico-típico-sensacionais da cidade. Variações de embalagens de um produto conhecido de nosso país, além de perceber como embalam, se embalam, como atendem.

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Curioso que para nós existe abacaxi e ananás. Na Europa, apenas ananas, sem acento. Tudo a mesma coisa. Assim como, em um dos momentos de descontração, ficamos a dar nomes para asno, como eles chamam e para nós poderia ser tantos outros nomes, como jegue, burro, jumento e igualmente asno. As peras são alongadas a maçã chama-se mela.

Pude experimentar um pão feito em casa, com pontinhos de pimenta. Cozinhar em casa na Europa parece ter outra atmosfera. Fora da obrigação e com maior prazer e doação. Isso é divino.

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Fomos de ônibus e Lainate, cidade próxima onde moram meus amigos, até Milão. A sensação é de estar em casa. É como morar em Jacarepaguá e querer usufruir e acessar a Zona Sul [ os moradores do Rio me entenderão ]. No caminho, mais Rio: percorri a sensação de Av. Brasil, Aterro do Flamengo, Barra da Tijuca, com seu UCI de cinemas.

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Visitei o Castello Sforzesco. Arquitetura incrível do século XV e muros renascentistas. Mas a fonte que fica na praça do castelo foi construída na década de 1990, inspirada em uma anterior, que ocupava o mesmo lugar.

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Os trens parecem simples de circular pela cidade e ainda tivemos a fase promocional de pagar 1,50 euros para andar o dia inteiro, entre bondes e trens, sem pena. Vi ciclistas usando máscara para pedalar, com uma espécie de filtro para respirar.

Os metrôs são parecidos com os da China e Japão. Alongados e como bancos em disposição de frente para o corredor. Mas nem todos são assim.

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A arquitetura italiana é muito preservada, diferentemente do que vi na Alemanha, com boa parte destruída pela guerra. Impossível não admirar. Visitei a loja da Ferrari, mas não permitem fotografar. Tudo tão caro, que nem imagens podemos possuir, brinquei na loja.

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Pessoas ficam enlouquecidas na Galleria Vittorio Emanuele tirando fotos. Muitos, muitos brasileiros.

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Em Milão casas de petisco são altamente típicas. Você paga um valor fixo e come até morrer. A sensação é de quem está em uma festa de aniversário, acessando o buffet e sentando de volta em poltroninhas.

Bacana para visitar é o AgriturismoLatteriAgricola, em Lainate. Uma forma de fugir da tensão da cidade, com algo mais leve, com ar do campo. Um lugar para ver como é feito grande parte dos laticínios que conhecemos e ainda experimentar. Além de ter um espaço super bacana para os pequenos gastarem energia.

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A vida dos cães na Europa é boa. Na Itália, pelo que percebi, só não entram em supermercados. Caminham livres até em aeroportos.

Sobre bikes. São as mais lindas que já vi na Europa e você paga 40 euros por ano pra usá-las. Apesar de não ser uma cidade amplamente dotada de ciclovias, infelizmente.

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Quando as pessoas vão à Espanha, fazem aula de Tango. Eu fiz aula de pole dance na Be Art Studio, com a Eleonora Coppola. Foi super. É fundir a visão de alongamento voltado para dança com algo mais de ginástica olímpica. E a coisa está tão séria, que espero que chegue às olimpíadas. Tem muita gente, inclusive pequenos, arrebentando

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Aos compradores de coisinhas de aeroporto, uma dica: não compre nada que possa ser comprado fora. Considerei tudo caro quanto o nosso aeroporto internacional no Brasil. Boa viagem!

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Vale a pena conferir as ilustras de Tati no projeto “O Mundo é meu Quintal” e “As viagens de Sussie” aqui. No Instagram: @tati_eterea. No Facebook:/etereadesign. Loja online: @tatieterea.

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