Art Attack

Entrevista com Paola Saliby: conheça suas ilustrações, estilo e inspirações!

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Seu estilo só melhora com o tempo. Paola Saliby é formada em Desenho de Moda pela Faculdade Santa Marcelina, já trabalhou como estilista e hoje é ilustradora freelancer, que vive e trabalha em São Paulo.

Nunca foi a menina que desenhava e sinceramente pensou que seria. Começou a desenhar sem grandes pretensões por volta dos 20 anos e, apesar das grandes dificuldades de ser uma ilustradora no Brasil, não se arrepende de ter abandonado a carreira para viver do desenho. Paola diz que coloca seu coração em tudo o que faz e detesta ser chamada de artista.

Conversamos com ela para saber um pouco mais de suas inspirações:

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FTC: Paola, fale um pouco sobre você. 

Paola: Sou do interior, mas vivo em São Paulo há pelo menos 7 anos. Tranquila e caseira até demais, troco fácil o convite para a balada por um dos meus vários seriados favoritos. Trabalho em casa, mas como boa virginiana que sou, gosto de seguir uma certa rotina. O trabalho preenche um espaço muito importante na minha vida, tanto que as vezes fica difícil separar as duas coisas. O meu grande desejo é que um dia a profissão que escolhi tenha o seu valor reconhecido.

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FTC: Existe um por quê de você ter começado a se expressar através dos desenhos? E o que te fez ir da moda para a ilustração? 

Paola: Eu me envolvi de verdade com desenho e ilustração na época da faculdade e acho que foi a frustração que eu senti com o mercado de moda que me deu forças pra buscar algo novo. Pode parecer clichê, mas eu senti que só ficaria satisfeita se escolhesse uma profissão que pudesse transmitir coisas boas para as outras pessoas. Gosto de pensar que meu trabalho pode emocionar alguém.

Eu acreditava que aprender a desenhar fosse uma tarefa impossível para quem não nasceu com um dom. Aos poucos, fui descobrindo que bastava apenas ter muita vontade e um certo repertório visual para conseguir se expressar através do desenho. Isso abriu portas para que eu entrasse nesse novo universo.

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FTC: Quando a coisa se tornou séria e você parou e disse “Beleza! Agora eu sou uma ilustradora”? 

Paola: Não me lembro de um momento específico, pois acho que tudo aconteceu bem aos poucos, um passinho de cada vez. Mesmo depois dos primeiros trabalhos eu ainda não me considerava uma ilustradora e passei um bom tempo preenchendo “estilista” no campo da profissão. Aos poucos fui me sentindo segura para dizer que o que era quando me perguntavam o que eu fazia para viver.

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FTC: No dia a dia, com o que vc se inspira? 

Paola: Como fico em casa na maior parte do tempo, a saída é usar a internet para pesquisar referências e buscar inspiração. Mas confesso que todo esse excesso de informação me deixa um tanto atrapalhada. Por isso, sempre que tenho uma folga entre os trabalhos comissionados, eu gosto de sair à tarde, passo na livraria e depois sento pra ler e comer um docinho em algum café.

Agora que me mudei de apartamento, estou criando um espaço mais agradável para trabalhar e pretendo trazer mais para perto as coisas que me inspiram, como um cantinho de leitura, por exemplo. E como não gosto de muvuca, ir ao cinema durante a semana é algo que faço não só para me inspirar, mas também para escapar de qualquer pensamento estressante do dia a dia. Além de tudo isso, procuro sempre fazer cursos que ajudem a alimentar meu lado criativo. Com certeza, estudar é a melhor maneira de se manter inspirado.

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FTC: 3 sites que vc adora visitar, 1 livro e 1 música. 

Paola: Sites, além do FTC é claro, gosto demais do It’s Nice That e, apesar de não ser atualizado com tanta freqüência, o 50 Watts é um site com ótimas referências de ilustração. O Pinterest é uma ferramenta que também uso muito para buscar inspiração.

Livro: Acho difícil citar apenas um, mas li recentemente o Manual Anti Auto-Ajuda – Felicidade para quem não consegue pensar positivo, do Oliver Burkeman e gostei muito. Além de ter uma pegada divertida, me ajudou a refletir sobre certas questões importantes.

Música: That’s Life interpretada pelo Frank Sinatra é uma das que gosto mais.

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FTC: Como as cores influenciam a sua vida e suas ilustrações? 

Paola: Quando comecei a ilustrar, na época da faculdade, eu trabalhava basicamente com lápis grafite e pouco explorava o uso das cores em minhas ilustrações. Tudo mudou quando comecei a experimentar o guache e as cores foram aos poucos aparecendo mais em meus trabalhos. A partir disso não consegui mais parar! É uma delícia imaginar as númeras possibilidades cromáticas para um desenho em branco, misturar as cores até chegar no tom desejado… Só não parece brincadeira de criança, pois o uso das cores é um aspecto bem delicado que se for mal explorado pode acabar com um bom desenho.

A parte engraçada é que na minha vida pessoal tudo é bem diferente. Minha mãe sempre diz que preciso colocar mais cor em meu guarda roupa, por exemplo, mas acho que os meus desejos por cores são supridos enquanto trabalho, durante o meu processo criativo.

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Vale a pena ver todo o seu portfólio! Paola Saliby: site, Behance e Facebook.