Conheça mulheres que dominam os jogos e inspiram histórias
Assim como em outros contextos atuais, o cenário feminino nos jogos está em crescimento contínuo, o que faz muita diferença e inspira pessoas e minorias, além de criar histórias de sucesso e enredos para tendências. No entanto, dados e exemplos mostram que, além dos desafios das mulheres nesse meio, ainda existe um amplo espaço a ser dominado e conquistado.
Segundo o levantamento feito pela PGB 2022 (Pesquisa Game Brasil), o perfil no Brasil é principalmente de jogadoras mulheres, com 51% de participação, especialmente entre as faixas de 20 a 24 anos. Segmentando por dispositivo mais utilizado, o público feminino é maior em smartphone (60,4%), mas continua crescendo também em console (36,1%) e computador (41,1%).
No mundo gamer, as mulheres não só têm aumentado a participação e levantado as discussões sobre respeito, como ainda caminham para uma maior inserção nos negócios e na indústria desse tipo de entretenimento, um dos mercados que mais crescem nos últimos anos. Estima-se que o público feminino representa atualmente 53% dos gamers. Dados da agência MoreYellow apontam que elas são 45% da audiência de jogos em streamers e representam 35% da base na plataforma Twitch.
No segmento de jogos eletrônicos, as mulheres tiveram destaque em projetos de desenvolvimento e criação. Podem ser citados como alguns dos exemplos os games e as profissionais: Uncharted (Amy Hennig), Tomb Raider (Rhianna Pratchett), BioShock (Alyssa Finley), Animal Crossing (Aya Kyogoku) e Celeste (Maddy Thorson).
A primeira mulher desenvolvedora e designer de videogames no mundo foi Carol Shaw, formada em Ciências da Computação. Nascida na Califórnia, nos Estados Unidos, e vivendo na região do Vale do Silício, fez história ao se dedicar à tecnologia e aos jogos eletrônicos, trabalhando em empresas como Atari e Activision. Começou com o mais simples 3D Tic-Tac-Toe até se consagrar com o sucesso River Raid. Seu legado continua servindo de inspiração para o público feminino no setor.
Mais atual, na competitiva cena dos eSports, a influencer e ex-jogadora profissional brasileira Nicolle Merhy, mais conhecida como Cherrygumms, é um dos principais nomes femininos, dando voz, em busca de mais representatividade no meio. Ela tem participado ativamente de eventos nacionais e internacionais como referência no panorama de games no Brasil.
Apesar de jovem, o currículo já inspira pelas conquistas: CEO da Black Dragons, uma das mais consolidadas equipes brasileiras de eSports; Under 30 da Forbes, em 2019; primeira embaixadora gamer da Nike; uma das fundadoras do programa de Embaixadores Global da Intel, o Intel Gaming Alliance; palestrante e consultora do mercado de jogos eletrônicos. Ela também lidera campanhas como “#MyGameMyName”, movimento que luta contra o fim do assédio online.
Além das habilidades nos jogos, Cherrygumms soube aproveitar bem os talentos e oportunidades em vídeos e streaming nas plataformas YouTube e Twitch. Com visão empreendedora, busca investimentos e meios para consolidar a Black Dragons no cenário internacional, bem como levar mais conhecimento às mulheres e gerar mais acolhimento.
Já no universo do poker e do xadrez, a norte-americana Jennifer Shahade, além de uma excelente estrategista, é uma defensora das mulheres nos esportes da mente e promove ativamente a participação de novas jogadoras. Integrante do time PokerStars, plataforma de jogos online, e embaixadora da PokerPower, uma organização que estimula o aprendizado e habilidades de mulheres no mundo todo. Também escritora e palestrante, acredita que a prática contribui na tomada de decisões.
Ela, que cresceu em uma família de jogadores, foi campeã duas vezes do U.S. Women’s Chess Champion, a primeira mulher a vencer o US Junior Open, vencedora no Open Face High Roller Championship em Praga, além de ter ganhado muitos outros prêmios. Essa paixão pelas jogadas, associadas às artes, impulsionaram ainda sua carreira em projetos criativos, incluindo parcerias com galerias e museus.
Jennifer Shahade é apresentadora de podcasts premiados, como GRID e Ladies Knight. “Chess Queens” e “Play Like a Girl” são alguns de seus livros publicados que estimulam a inclusão no universo dos jogos. Ela tem trabalhado também em outras publicações que trazem a temática de como o poker e o xadrez podem tornar as pessoas e o mundo melhor.