Conheça o artista hiper-realista Giovani Caramello, o “Ron Mueck” brasileiro

Conheça o artista hiper-realista Giovani Caramello, o “Ron Mueck” brasileiro

“Nunca imaginei que fosse chegar a esse ponto, mas não penso muito nisso. É muita responsabilidade. Não me incomoda, mas acho que não faço jus à comparação ainda. Tenho que aprimorar modelagem, pintura e acabamento para chegar lá”. – Giovani Caramello sobre Ron Mueck.

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A exposição de Ron Mueck levou 400 mil pessoas a ficar na fila da Pinacoteca em São Paulo, batendo o recorde de visitação do museu. Mas, existe um brasileiro de 24 anos, autodidata, que não deixa nada a desejar quando comparado com o famoso artista hiper-realista. O nome dele é Giovani Caramello.

Giovani mora no ABC e desde pequeno tem contato com arte, por causa de sua mãe, que é artista plástica. Até o final do ensino médio, ele conta que desenhava bastante. Não quis fazer faculdade, mas sentindo a necessidade de trabalhar, começou a criar animações em 3D. Foi fazer um curso de esculturas e desde então, não tirou a mão da massa.

Já gostava de Ron Mueck quando trabalhava com 3D, mas é caro e não há suporte no Brasil. Só que decidi que era isso o que eu queria e resolvi tentar.” Giovani diz que o material para criar suas obras são importados e muito caros, por isso atualmente ele cria as cabeças de silicone e os corpos de resina, que medem aproximadamente meio metro. Algumas obras de Ron Mueck pesam 500 quilos.

O artista conta também que não conhece nenhum outro escultor brasileiro hiper-realista e que no mundo existem poucos que se destacam, como o próprio Ron Mueck, o australiano Sam Jinks, o britânico Jamie Salmon, o angolano Jorge Melício e o japonês Kazuhiro Tsuji.

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Seu aprendizado foi baseado em DVDs e livros no ateliê de sua própria casa. Giovani diz que estuda anatomia, movimentos, poses, fotografias para chegar a um resultado final adequado em que olhos, poros, pelos e rugas pareçam de verdade. Também já trocou alguns e-mails com Tsuji e Salmon, que lhe deram dicas de pintura e modelagem.

Todas as obras que eu faço têm um lado mais poético, porque é isso que traz vida, mais que aparência. Pretendo transmitir isso mais claramente nas próximas esculturas.” Suas peças contam histórias, como em “Sozinho”, em que um pré-adolescente com sardas, olhos claros e capa preta do herói Batman está triste. “É uma criança passando para a adolescência, que se sente triste e sozinha. Ele tem essa capa que simboliza a infância.”

Após mais de um ano de investimento, ele já vendeu um de seus trabalhos e agora faz mais duas sob encomenda, que podem custar entre R$ 1.500 e R$ 6 mil. Por enquanto não pretende cursar faculdade, quer se aprimorar na técnica, sonha em ir para Londres fazer curso sobre o assunto e pretende continuar sua arte, jeito único e especial de expressar o enorme talento que tem.

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Giovani expõe 8 peças na OMA Galeria (Rua Carlos Gomes, 69), no centro de São Bernardo do Campo. Entrada grátis. No Facebook: giovanicaramello.

Via. Imagens.

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