helen wells
Art Attack

Encontrando o amor pelos sketchbooks com Helen Wells


Helen Wells é uma artista britânica que celebra a arte de forma abstrata e vibrante. Através de multicamadas, mistura padrões intrincados, marcas expressivas e formas orgânicas. Embora sua jornada para se tornar uma artista em tempo integral tenha sido pouco convencional, a paixão pela criatividade tem sido um fio condutor constante em sua vida. Seu trabalho reflete o profundo amor de Helen por explorar cores, texturas e formas.

Helen tornou-se artista aos 40 anos. Quando criança, sempre desenhava. Sonhava em ser designer têxtil ou artista. Costumava passar tanto tempo entre os papéis que seu pai comprava grandes rolos para dar conta de sua demanda. Mas aos 17 anos, desistiu de estudar arte. Não criou nada nos seus 20 anos, e somente aos 30, passou a retomar às criações, apenas como hobby.

Nos seus 40 anos, evoluiu lentamente e tornou a arte sua carreira em tempo integral. Defensora dos sketchbooks, seus cadernos de esboços fazem sucesso pela web, além de serem parte central de sua prática artística. Ela conta que a relação com os cadernos mudou quando decidiu que precisava de um “lugar seguro e sem julgamentos” para desenvolver suas habilidades e descobrir quem era como artista.

“Comecei a me concentrar em todas as coisas que eu gostava na minha própria arte e vi meu caderno de esboços como o lugar para descobrir o que eu amava na minha própria arte e fazer mais disso. Hoje, quer eu esteja trabalhando em um projeto pessoal ou respondendo a um briefing, a primeira coisa que gosto de fazer é buscar inspiração neles. Pego uma pilha dos concluídos e os espalho por todo o chão. Busco ali coisas que me chamam atenção para começar a criar”.

Inspirações de Helen Wells

Helen Wells acredita que existem muitas maneiras diferentes de criar arte – e os cadernos possibilitam encontrar processos, materiais e combinações que ressoam seu estilo. Ela acha importante ter uma conexão com os processos e os materiais que usa, para que a prática pareça emocionante e gratificante. Com isso, adora trabalhar em aquarela, tinta acrílica, guache, colagem, lápis, além de encontrar maneiras inusitadas de misturá-los.

“Para mim, um sketchbook é um arquivo de ideias, uma biblioteca de experimentos bem-sucedidos e malsucedidos, uma maneira de capturar temas, materiais e maneiras de fazer sua arte”.

Quando perguntada sobre seu estilo, Helen conta que cria arte abstrata e semi-abstrata com padrões coloridos. Arte intuitiva e ousada. Seu trabalho frequentemente apresenta inspirações na natureza ou formas e ideias derivadas de objetos que a circundam, como vasos, candelabros, cadeiras de sua casa. Cheio de marcas expressivas, as peças apresentam repetição, ritmo, trazem camadas e mais camadas complexas, formas orgânicas. Essa interação a fascina.

O sketchbook é um lugar para fazer arte principalmente para si mesmo, para deixar seus interesses e estilo iterarem e se desdobrarem. Não se trata de exibir arte, obter aprovação ou trabalhos finalizados e refinados, é um lugar para experimentação, descoberta e conversas criativas consigo mesmo. Fico feliz em mostrar meus trabalhos e as coisas que talvez não tenham sido tão bem-sucedidas… porque isso é apenas parte da criação artística. Você só chega ao resultado final por meio de tentativa e erro.

Se pudesse deixar um conselho para quem quer começar a se aventurar nessa prática, Helen diz: “Meu conselho seria sempre tornar o sketchbook um espaço de baixa pressão e diminuir suas próprias expectativas. Muitas vezes eu mesmo bagunço as páginas do caderno com rabiscos, manchas de tinta para me livrar da página em branco. Qualquer coisa para diminuir os riscos e a expectativa de um resultado perfeito. Quanto mais lúdico pudermos tornar a criação, melhores serão os resultados. Um sketchbook é um laboratório e temos que nos dar permissão para experimentar coisas, cometer erros e aproveitar a sensação de descoberta que isso traz”.

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