Feppa Rodrigues é designer de formação, ilustrador por vocação e fotógrafo nas horas vagas. Seus desenhos impressionam pela técnica. Ele desenha rápido, coisa de quem sabe, nasceu com isso. Ama quadrinhos. E, como um super herói que transita entre dois mundos, vai desenhando sua passagem por estas terras.

O artista, Felippe de Paula, é talentoso e tem peças de diversos tipos. Em seu sketchbook, muitos traços suaves, cores fortes. O que nos chama atenção é a forma em que sua arte muda de estilo, sem perder a qualidade. Ele inventa, se reinventa e tem prazer em desenhar suas próprias linhas. Assim vai trilhando o seu caminho. Descobriu que lápis, tinta e canetas coloridas lhe trazem liberdade. Só assim, se sente completo.

Nessa entrevista bacana, conversamos com Feppa para saber um pouco mais sobre suas inspirações:

FTC: Queria que vc falasse um pouco sobre você, com as suas palavras e como chegou até a ilustração.

Tarefa difícil essa de falar sobre si mesmo…Sou irrequieto, curioso, rio alto, nascido no bairro da Mooca, e em contra ponto nada me faz tão bem quanto o silêncio. Eu sempre desenhei, papel e lápis sempre me proporcionaram a sensação de estar em casa independente de onde estivesse.

Quando chegou a precoce hora de optar por um rumo profissional, escolhi Design gráfico, sem saber que ilustração era um meio viável. Até que dois anos depois de formado, larguei a profissão, o nível salarial, voltei a estudar ilustração e a fazer freelas para produtoras. Hoje trabalho em uma agência de publicidade.

FTC: Você tem peças que passam por diversos estilos. Como você definiria a sua arte?

Solitude/solidão é um grande tema, trato disso como achar adequado. Absorvo referências e me aproprio – de maneira ética – do que me convém. Se calhar daquela estética ser conveniente para com o que eu quero externalizar, eu assim tentarei fazer. Um tempo atrás disseram que ando “neo impressionista”…achei graça.

FTC: O que te move a criar?

Meus problemas me movem a criar. Quando estou preso em minhas discussões mentais, imagens se formam e muitas são aproveitáveis. Externalizo para saber o que significam, para seguir em frente. Abandono, por que desenho algum se termina, são todos abandonados, e parto para o próxima capítulo.

FTC: Com o que você se inspira?

Sinceridade, atrevimento…são atitudes que me inspiram. Sabe quando você conhece um indivíduo tão diferente e verdadeiro que isso mexe com você? Quando algo ali rasga convenções sociais e encosta na sua alma? Então…é isso que sinto com o que me inspira. Pode ser um edifício do Artacho Jurado, um dos muitos auto retratos de Van Gogh, uma igreja Barroca, uma foto do Bresson.