A designer Marina L. Cota Almeida é nascida em Pernambuco, foi criada na Bahia e vive atualmente em Minas Gerais. Seus pais são mineiros, mas por causa do trabalho deles, ela nasceu no nordeste. Com 14 anos, foi pra Belo Horizonte para “começar a criar raízes”. Desde pequena gosta de desenhar e de desenhos. Era fascinada por papéis de carta, adesivos e revistas.

Começou decalcando as capas da Turma da Mônica e com o tempo, as refazia só de olhar. Fazia muita colagem também e desenvolvia produtos para as bonecas. Os catálogos da Abril para assinatura, por exemplo, viravam rótulos para as latas de Nescau ou até uma revista pra Barbie, já que era perfeita a proporção.

Sua mãe sempre teve um lado artístico bem desenvolvido, vivia fazendo cursos de pinturas, porcelanas, bordados e muitos “DIY”. Uma hora ou outra, Marina se pegava envolvida com isso e mexendo nas coisas dela. Até ponto cruz já fez.

Quando cresceu, se formou em Design Gráfico e em Branding. Hoje, com 30 anos, trabalha em escritórios de design e agências de publicidade de Belo Horizonte. Um dos projetos mais legais de Marina é o Instart, que traz diversas obras de arte, pinturas famosas, inseridas nas populares hashtags dos dias de hoje.

Marina conta como criou a série: “Um dos pintores que mais admiro é o Van Gogh e observando um quadro dele, um autorretrato eu pensei: até o Van Gogh fazia selfie. E ai eu tive a ideia de representar algumas expressões e momentos atuais fazendo uma ligação entre o passado e o presente através de pinturas e “hashtags”.

Funciona como uma crítica também, cada um se expressa de uma forma e com a ferramenta que lhe cabe. O Instart é isso. Uma reflexão sobre o início e continuidade dessas expressões que cada um tem a necessidade de realizar. O nome é uma brincadeira com o nome do aplicativo Instagram (Insta), que hoje é um dos meios mais utilizado para compartilhar momentos ou pensamentos com a palavra arte em inglês (art), não deixando de lado a fonética da palavra start, que significa início.”

Conversamos com ela para saber um pouco mais sobre suas inspirações:

FTC: Como você chegou ao Design Gráfico?

Quando tive que escolher uma profissão tinha certeza que seria algo ligado a desenho. A primeira opção foi arquitetura, mas no terceiro ano descobri o curso de design gráfico. Neste momento não tive a menor dúvida. Acabei prestando vestibular para os dois, mas na hora de escolher foi fácil. Fiz design gráfico na Fumec e uma pós em Branding na Puc Minas. Costumo dizer que tenho muita sorte por ter acertado na minha decisão de primeira e por amar o que faço.

FTC: Como foi o processo de criação do Instart?

Na verdade não houve um processo. Em outubro do ano passado fiz uma viagem “cultural” e passei 90% do meu tempo dentro de museus e exposições de arte. Vi muita coisa e voltei muito envolvida e com vários questionamentos e reflexões. Como eu deveria desenvolver minha carreira, por exemplo, como compartilhar minhas experiências ou despertar um interesse por arte nas pessoas, principalmente crianças. E até mesmo questionamentos referentes aos artistas. Do tipo: em que ele estava pensando ao fazer isso, ou como ele se sentia em relação a alguma situação?

FTC: O que te move a criar? Com o que você se inspira?

O que me move a criar são as coisas que me inspiram. E eu acho que o que me inspira é a beleza das coisas. Algo que já é belo ou algo que eu possa tornar belo. Claro que dentro dos meu conceitos de beleza. O que é belo pra mim, pode não ser para o outro. E a beleza pode estar presente tanto em um simples ato de gentileza, no sabor de uma fruta, numa boa música como em um quadro do Van Gogh.

FTC: Qual a sua cor favorita e por que?

A roxa é minha favorita. Não sei exatamente porque, mas tenho a impressão que ela se dá bem com todas as outras.

FTC: 3 sites que definem um pouco de você.

Essa é difícil. As categorias do meu feedly me definem: cool, design, grastronomia, moda, turismo, tendências, publicidade, revistas, types e estudos. Mas falta criar uma nova: filosofia. O FTC tá no meu feed, há anos!