O Adoro Home Office é um site bem bacana que mostra lugares work friendly em todo o país, além de mapear cafés, coworkings e lugares públicos que oferecem boa estrutura para profissionais quebrarem a rotina de trabalhar em casa. Sim, nós sabemos que trabalhar no sistema Home Office acarreta inúmeras facilidades, como flexibilidade de horários e economia de tempo com deslocamentos. Mas, como tudo na vida, tem as inconveniências, e um dos pontos mais apontados é o isolamento.

Atentas a essa realidade, as jornalistas Juliana Franzon e Marcia Breda, fãs de carteirinha da ideia, criaram o site para falar sobre o universo de quem faz do lar doce lar o seu local de trabalho. O Adoro Home Office também fala sobre métodos de trabalho, organização e ambientes inspiradores. A ideia é levantar justamente discussões sobre o lado doce e colorido desse formato, mas também abrir espaço para debates sobre o que é mais difícil e não dá certo no esquema.

“Percebemos que profissionais da área da comunicação, do design e da fotografia já estão mais acostumados a esse tipo de trabalho. Mas muitos advogados, arquitetos e contadores também trabalham em casa e usam métodos muito diferentes de organização. Queremos que tudo isso seja compartilhado”, explica Marcia Breda.

Outro ponto importante são as implicações jurídicas e legais desse tipo de trabalho. Não é apenas o profissional liberal e autônomo que pode trabalhar em casa. Funcionários de grandes empresas, que cumprem o regime de CLT, também pode se encaixar no formato.

“Descobrimos que existe uma tendência de adoção do home office em grandes empresas e órgão públicos, especialmente para diminuir gastos com estrutura. Mas junto com esse benefício vem também uma série de cobranças que nem sempre parecem muito justa. E essas discussões estão sempre presentes no Adoro Home Office”, acrescenta Juliana Franzon. Ao conversar com a dupla, perguntamos quais dicas elas nos dariam para quem está a fim de começar o seu home office. Confira:

10 DICAS ANTES DE COMEÇAR O SEU HOME OFFICE

1 – O jeito mais prático de começar a fazer home office é falar com o chefe. Avalie se sua função é compatível com o formato e se existe a possibilidade de testar o trabalho remoto, nem que seja uma vez por semana.

2 – Se a sugestão anterior não deu certo, é triste, mas é hora de mudar de emprego. A boa notícia é que várias empresas adotam o home office. IBM, Gol, TOTVS e Resource IT Solutions são algumas delas. Até tribunais de justiça e bancos já estão testando a prática.

3 – Pode ser também que você queira simplesmente ser dono do próprio nariz e virar freelancer. Ótimo, mas calma aí. Antes de dar “um chute no patrão” é preciso planejar.

4 – Decisão tomada: você quer ser freela! E os clientes, como faz? O primeiro passo é falar para as pessoas que você está disponível. A maior parte das oportunidades chegam através de indicações. Para agilizar o processo, uma opção é se cadastrar em sites que têm boas oportunidades.

5 – Agora que o negócio começou a engrenar, é preciso ter uma estrutura. Crie um espaço de trabalho legal, confortável e inspirador. Verifique se a internet é rápida o suficiente e se todos os equipamentos estão OK. Fique ligado na parte burocrática. Você vai precisar, por exemplo, de nota fiscal. Nesse sentido, o Sebrae pode dar várias orientações. Fique de olho também na ergonomia e praticidade dessa estrutura montada (ou da sua mesa de trabalho!). Nem sempre é possível ter o home office como gostaríamos. Mas a falta de espaço não precisa ser um problema. Uma excelente alternativa é armazenar documentos e outros itens em um self storage para guarda móveis e guarda volumes, por exemplo, já que nem sempre é possível fazer o arquivamento de documentos dos clientes e dos profissionais em casa.

6 – Trabalhar de dia e fazer freelas de noite é cansativo. Uma hora, provavelmente, será preciso escolher entre um ou outro. Vamos ser práticos, quanto você está ganhando com os extras? Já dá para pagar todas as contas? Perfeito. Além do mais, depois vai sobrar tempo para captar novos clientes.

7 – Não tema o fantasma da instabilidade. Em um emprego tradicional a demissão pode acontecer do dia para a noite. Como freela você tem vários clientes e, a menos que faça algo muito tosco, é pouco provável que todos eles sumam no mesmo mês.

8 – Home office não é moleza. Você está em casa para trabalhar e não para assistir séries o tempo inteiro. Disciplina é fundamental. Encontre seu melhor horário para produzir e seja responsável com prazos.

9 – Não exagere. Cuidado para não trabalhar demais e deixar de lado os benefícios. Reserve um horário para atividades físicas e de lazer. É legal participar de cursos e eventos para não se sentir desatualizado e também para trocar uma ideia com os profissionais da sua área.

10 – E se no fim de tudo, restar a sensação de que o home office não é a sua praia, tudo bem! Sempre será possível voltar para o mercado. O importante é experimentar novas possibilidades e descobrir o que melhor funciona para você. Boa sorte!