Gustav Klimt foi um pintor simbolista austríaco que revolucionou Viena e provocou até mesmo a ira dos nazistas;
No final da 2ª Guerra Mundial (1945) os nazistas queimaram um castelo austríaco cheio de obras-primas, incluindo três pinturas de Gustav Klimt intituladas Filosofia, Medicina e Jurisprudência.
Encomendadas pelo ministro da Educação de Viena para decorar o teto do Grande Salão da Universidade em 1894, as “Pinturas da Faculdade” – como foram chamadas, possuíam 4 metros de altura.
Mesmo assim foram saqueadas e queimadas anos depois de prontas por serem consideradas pornográficas. Delas só restaram fotos em preto e branco.
Agora, após 70 anos, é possível mergulhar nas cores destas obras que possivelmente foram utilizadas. O Google disponibilizou através de sua plataforma de artes e cultura uma retrospectiva importante sobre o pintor.
Klimt vs. Klimt – o Homem das Contradições, é uma exposição virtual e imersiva que apresenta 700 peças, e inclui pinturas, desenhos, cartas e ilustrações, muitas das quais foram digitalizadas pela primeira vez, conforme cita o site Design Boom.
63 obras de Klimt estão em galeria imersiva organizada digitalmente
A exposição pode ser visitada a qualquer momento através das galerias on-line, além de uma experiência em realidade aumentada, onde 63 das obras-primas de Klimt foram organizadas em uma única sala.
É possível se mover virtualmente pelo espaço e ampliar as pinturas em alta resolução, além de visualizar “de perto” as características da prática de Klimt.
Graças à inteligência artificial, as imagens perdidas na Guerra foram reconstruídas – e revelam uma paleta de cores rica e saturada.
Mais de 100 tours temáticos, compostos de esquetes inacabados, vídeos e pinturas efêmeras, estão agora disponíveis on-line pela primeira vez.
A exposição foi criada em colaboração com o Museu Belvedere e pelo apoio de mais de 30 parceiros em todo o mundo.
Um pouco sobre Gustav Klimt
Gustav Klimt (1862-1918) e seu irmão Ernest, estudaram desenho ornamental na Escola de Artes de Viena quando começaram a vender retratos a partir de fotografias.
Em 1880, os artistas já recebiam encomendas e realizavam trabalhos aproveitando-se do boom da construção de teatros. Assim, criavam ornamentos e pinturas em tetos, escadarias e paredes, como a do Teatro Imperial da cidade.
Três anos depois, Klimt abriu um estúdio independente especializado na execução de “pintura de murais”. Nesta época, seu estilo era clássico, realista, formal, conservador, típico da pintura acadêmica do final do século XIX.
Foi somente no final do século XIX, em 1892, que Klimt mudou o foco, particularmente após a morte de seu irmão e de seu pai.
Em 1897, junto com um grupo de jovens pintores progressistas e desiludido com as restrições da Künstlerhaus, sociedade da qual todos os artistas vienenses se sentiam obrigados a pertencer, resolveu fundar a Secessão de Viena.
Iniciava-se assim, a criação de suas obras simbolistas, a “Fase Dourada”, momento pelo qual o artista é conhecido no mundo todo, já que sempre utilizava uma folha de ouro em homenagem ao seu pai (ourives) e à arte bizantina que tanto o inspirou durante as visitas a Veneza e Ravena.
Duas das mais conhecidas são Adele Bloch-Bauer I (baseado em si mesmo e na sua amante Emilie), de 1907, e O Beijo, concluído em 1908.
Conheça a história por trás de “O Beijo”, obra icônica de Gustav Klimt
Fase Dourada: a época mais bem sucedida de sua carreira
O estilo extravagante, ousado e inovador das cores, as assimetrias da composição, o dourado, caracterizaram a obra de Gustav Klimt, que se tornou o mais importante pintor do Modernismo Austríaco e destaque dentro do Art Nouveau.
Era o auge de sua carreira. Em 1911, Klimt recebeu o prêmio pela Exposição Internacional de Roma. Com seu estilo rebelde de vestir, na maioria das vezes envolto em uma túnica escura, tornou-se uma figura exótica.
Por muitos anos ainda tentou, sem sucesso, ser admitido na Academia de Arte de Viena. Só em 1917, recebeu o devido reconhecimento. No entanto, no ano seguinte, aos 55 anos, sofreu um AVC e faleceu, no dia 6 de fevereiro de 1918.
Gustav Klimt deixou uma série de obras inacabadas. Entre os seus maiores trabalhos estão pinturas, murais, esboços e outros objetos de arte.
Veja a galeria on-line das obras de Klimt. E também a galeria imersiva de Realidade Aumentada.