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No século 19, gravuras cristãs chinesas promoviam a vida de Jesus

jesus chinês

Um conjunto de 30 gravuras cristãs chinesas mostram cenas da vida de Jesus. Elas provavelmente foram impressas na gráfica Zikawei em Shangai, no final do século 19.

Os cartazes eram criados para o uso em escolas missionárias e promoviam os ensinamentos da Bíblia. Seis dos pôsteres – como alguns exemplos mostrados aqui – têm vinhetas inseridas e mostram o povo chinês como parte da cena bíblica ou das histórias associadas.

Os 24 pôsteres restantes retratam passagens e o ministério de Jesus com legendas em chinês. Geralmente, todas as figuras, incluindo Jesus, têm características claramente asiáticas, algo muito difícil de vermos no mundo Oriental.

BIBLIOTECA ZIKAWEI OU BIBLIOTECA DA MISSÃO

É sabido que três missionários jesuítas chegaram a China em 1842. À medida que o trabalho missionário progredia nos cinco anos seguintes, ficou claro que um local de residência permanente era necessário, para fornecer um lugar para os missionários recém-chegados estudarem chinês e se prepararem para o trabalho. 

Foi escolhido pela Companhia de Jesus então, a aldeia de Xujiahui (pronuncia-se Zikawei em Shangai), onde estabeleceu-se um complexo missionário em 1847.

Um dos jesuítas, Fr. Gotteland também decidiu reservar um espaço para uma coleção de livros de apoio ao estudo e trabalho dos missionários. 

Foi a partir daí que a Biblioteca Xujiahui (Biblioteca Zikawei) se tornaria uma bibliotecas jesuítas mais importantes na China. Ela abrangia escolas, uma gráfica e mais de 200.000 volumes de livros em seu auge. É aqui que que entra a importância destes cartazes.

OS CONTEÚDOS DA “GRANDE BIBLIOTECA”

Os estudantes eram apresentados através das ilustrações às lições do mundo ocidental e os missionários estavam ali para se tornar padres ou educadores religiosos. Eles passaram então a se enxergar como parte da geração jesuíta chinesa e passavam o dia em estudos, pesquisas científicas, porém com respeito a cultura chinesa.

A Biblioteca Xujiahui ficou conhecida pelo extenso acervo de dicionários geográficos locais da China; longas e completas tiragens de jornais raros; livros de referência e enciclopédias de todo o mundo, importantes periódicos acadêmicos, além de escritos relacionados à missão cristã em línguas chinesas e europeias. 

O FIM DA MISSÃO

A chegada da República Popular da China pôs fim à missão jesuíta Xujiahui, mas seu legado continua. A Biblioteca Xujiahui, desde 1957 é considerada uma filial da Biblioteca de Shangai, e foi renovada em 2003.

Este é um dos materiais da época que mostra a divulgação da vida de Jesus.

Não está claro se estas gravuras cristãs chinesas mostram o conjunto completo de cartazes ou não, mas 30 parece um número razoável, já que as cenas variam ao longo da vida e dos ensinamentos de Cristo.

Fonte: Incunabula/ University of Texas.