Aos 32 anos de idade, a russa Ani Abakumova, que vive na cidade de Moscow, se dedica à reprodução de imagens de pinturas clássicas utilizando linhas, pregos e placas circulares de compensado de madeira.
Tanto ela quanto seu marido, Andrey, usaram seus conhecimentos nos campos da matemática e da programação para criar um algoritmo que orienta a construção dos retratos, que são todos feitos à mão.
Enquanto Andrey, que também é matemático, é responsável pela parte técnica dos trabalhos, Ani põe a mão na massa e posiciona fio por fio na composição dos painéis.
Imagens clássicas como as de Mona Lisa, de Leonardo da Vinci e A garota do Brinco de Pérola, de Vermeer, ganham uma nova perspectiva através da materialidade da linha. “Gosto de ver como a matemática pode ajudar a criar coisas bonitas“, disse Ani ao site StoryTrender.
As placas possuem um diâmetro de aproximadamente 75cm. O algoritmo gera em torno de 2 bilhões de cálculos para criar cada padrão, que é transferido para as placas manualmente seguindo as instruções dadas pelo programa.
O funcionamento do software é um pouco misterioso, mas a russa revela: “Meu programa analisa milhões de possibilidades de como colocar os fios e, quando encontra o resultado que melhor combina com a fotografia, para de contar”.
Segundo o Designboom, mais de 8.000 fios, de diferentes cores, que medem aproximadamente 4 quilômetros cada, são usados para criar cada retrato. “Sem um programa de computador, não seria possível ao olho humano criar algo assim“, diz Ani Abakumova.
A dupla conta que a inspiração para desenvolver este trabalho veio de Petros Vrellis, um artista grego que foi o primeiro a empregar a tecnologia dos algoritmos na criação de arte têxtil no ano de 2016.
Todavia, a diferença entre o trabalho deles é que a ferramenta digital usada pelo casal russo permite o emprego de diferentes cores, e não somente uma tonalidade na criação dos “grandes círculos tricotados”.
Segundo o Engadget, a maioria dos trabalhos do tipo realizados com fios usa o padrão de cores CMYK (ciano, magenta amarelo e preto), mas graças à tecnologia desenvolvida por Andrey, eles podem utilizar uma diversidade muito maior de tons em suas criações.
No caso de Mona Lisa, por exemplo, foram utilizadas cinco cores diferentes de linhas (preto, branco, amarelo, verde e vermelho), enquanto para reproduzir Lady Lilith, foram usadas quatro cores (preto, branco, vermelho e laranja), que combinam com os tons originais da obra.
Acompanhe em vídeo um pouco do processo de construção das peças:
E pra continuar acompanhando o trabalho de Ani Abakumova, acesse o perfil da russa no Instagram.
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