Art Attack

Follow Convida Claudia Bär – Me diga o que você vê: Riikka Sormunen

Por Claudia Bär.

Claudia Bär. Designer de produto por formação, curiosa por natureza, com um pé em ilustração e fotografia. Apaixonada por texturas e animais de nove vidas. Atualmente é coordenadora de conteúdo digital na agência Propague em SC e colaboradora no projeto Curadores da Beleza do Mundo do Laboratório de Pesquisa de Compotamento [Ox]igênio de Porto Alegre. 

Olá!

Como vocês já devem estar sabendo, a Carol decidiu tirar alguns dias de férias para se inspirar no mundo offline, afinal nem só de internet vivem as mentes criativas, né? Quando ela me convidou para colaborar com um post aqui no Follow the Colours pensei em unir a paixão da Carol pelas cores com a minha paixão pelas texturas e matar dois coelhos de uma vez só. Foi aí que eu lembrei do trabalho da Riikka Sormunen que bombou esses tempos lá na página da Zupi.

Mas, ao invés do clássico feijão com arroz – apresentar a artista, falar de onde ela veio, onde estudou e tudo mais – vou fazer uma breve análise do trabalho dela por um único motivo:  Não vejo muito sentido em apenas “apreciar” uma imagem, dizer o quanto ela é “incrível”, sem refletir sobre ela – “incrível por quê?”. Não sei se vocês também têm esse hábito, mas toda vez que eu vejo uma imagem que me chama a atenção eu procuro interpretar a mensagem que está sendo passada. A combinação de cores, as texturas, o traço… tudo isso é carregado de informação e quando paramos alguns minutos do nosso dia para realmente enxergar tudo isso, conseguimos absorver o seu significado e daí podem vir vários insights criativos, não acham? Sem mais blablablás, vamos dar uma boa olhada no trabalho da moça:

Apesar das composições serem bastante complexas, com vários elementos num mesmo cenário, a artista mostra que domina muito bem o assunto equilibrando esse “caos” com cores e texturas muito bem distribuídas. Uma das coisas que me chamou a atenção é que ora ela insere seus personagens em cenários carregados, limitados como um “frame”, ora em fundos em branco, dando a impressão de infinito.

Além disso, também percebi que em muitos casos existem personagens secundários e até escondidos nas suas ilustrações: a fotografia de um homem dentro de um relicário, um gato preto atrás de um vaso e por aí vai.

Também dá para perceber o gosto que ela tem pelo laranja e tons terrosos, estampas geométricas e folhagens. Por ela ser da Finlândia talvez isso explique muita coisa. Dando uma pesquisadinha básica no Wikipedia dá para saber que em algumas regiões desse país o inverno pode durar até 180 dias com temperaturas muuuito baixas, ou seja, quando o sol e o verão aparecem por lá deve ser uma festa só. Logo: sol > amarelo > laranja > cor > vida > plantinhas… será que eu tô viajando demais?

Seguindo essa mesma pista do país de origem dá até para a gente ter uma ideia os hábitos das pessoas de lá, ou quem sabe da própria artista, com base nos temas das suas obras: leitura, compras, banhos de sol, hora do chá…

Claro que tudo isso são apenas suposições minhas, mas é exatamente aí que eu quero chegar. Para mim é impossível que um artista não se deixe influênciar pelo meio que ele vive, então toda a sua bagagem cultural vai acabar aparecendo de um jeito ou de outro no seu trabalho. E aí, caro leitor, é que está uma das maiores graças da arte: o poder de contar histórias.

E você, o que viu nessas ilustras?